heeey apple :B

" (...) Por que no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia. "





terça-feira, 2 de setembro de 2014

Projota - Tão Moleque





♫ ' Vão os anos, apagam os danos
Enganos, mas sempre você nos meus planos
Então fica até o sol chegar
Que eu ligo pro sol pra avisar que hoje ele pode demorar
Lá fora o mundo desmorona
A maldade do mundo te fez ser durona
Te amo mais do que me amo, sei que é cafona
O amor é uma viagem, valeu pela carona
Porque eu não sou nada sem você!

Agradeço a você Luiz, querido amigo, por ter me mostrado essa música.
Como disse no wpp, 'ah, se você soubesse.'

Não soube, não quis.



(...) E se alguém perguntar de mim para você, simplesmente responda: ela traduziu minha vida, me tirou da escuridão em que vivia, me trouxe de volta e me proporcionou toda uma maravilhosa vida, mesmo que por pouco tempo, mas ela me fez renascer novamente.
E se depois disso alguém lhe disser: E porque vocês não estão juntos? Responda isso: - Não fui capaz de traduzir todo o sentimentalismo dela voltado para mim, não fui capaz de dar a reciprocidade necessária e hoje sei que alguém muito especial vai entrar na vida dela, e ocupará aquele espaço que por muito tempo foi meu e eu não soube cuidar, proteger

(Autor: Grazzy Gonçalves)

O que você precisa saber antes de morar em mim.


Se os meus olhos são as janelas da minha alma, minha boca é a porta e, o beijo que acabo de te dar – a chave. Peço que repare na bagunça e pense, pense muito bem antes de entrar. A casa é pequena, mas comporta muitas coisas. Os cômodos do meu coração estão abarrotados de tentativas, repletos de receios, e guardam pilhas intermináveis das minhas mais vulneráveis expectativas.
Agora me responda: Tem certeza que quer entrar? Se a resposta for positiva, peço que entre com calma. Na sala do meu coração você encontrará centenas de filmes, que me fizeram rir e chorar – no abrigo de outros braços. Músicas que embalaram altos e baixos – com outros amores. Muitas fotos de viagens que fiz e coisas que quis, mas que hoje não passam de antigos e distantes rumores.
Na cozinha você sentirá o cheiro de muitos jantares. Temperos que eu costumava adorar e hoje já não posso suportar. Velas apagadas pela ação implacável do tempo. Talheres que alimentaram outras bocas e taças que embriagaram outros corpos.
Meu banheiro exala o cheiro de tantos perfumes, sabonetes e loções – quanto de decepções. Fios de cabelos distintos entopem o ralo do esgoto, enquanto escovas de dente diversas ocupam o chão. A água do meu chuveiro já lavou outros suores e o espelho sobre a pia já refletiu dias melhores.
O quarto do meu coração é o cômodo mais bagunçado, guarda tantas lembranças boas – quanto amores dilacerados. Nele você encontrará todo o prazer que dei e recebi. Todas as lágrimas que derramei e todas as alegrias que senti. Vários livros de cabeceira. Roupas por todos os lados. Noites em que fui feliz, e outras em que desejei dormir e nunca mais ter acordado.
Agora preciso que me diga: Tem certeza que quer continuar? Sim? Então caminhe até o quintal. Lá você verá quem fui e quem sou. Os espinhos que colhi, quando flores plantei e os fracassos que colhi – quando esperanças semeei. Mas verá também um pedaço de terra fértil, que resistiu bravamente e, anda precisando – urgentemente – de água, adubo, calor e amor.
Agora me responda com toda a sinceridade que reside em ti: Deseja assumir a responsabilidade de revitalizar a minha horta? Quer me ajudar a varrer o chão, lavar os pratos e pintar as paredes? Está disponível para me auxiliar na troca dos móveis e com a nova decoração? Carregará comigo todo o lixo para fora? Quer – do fundo do seu coração – habitar o meu?
Sim? Perfeito, cuide bem de tudo – a casa agora também é sua.

( Autor: Fillipo Rocha)

Meu coração é cego, surdo e mudo


Meu coração é cego. Cansou-se de ver a falsidade estampada nos olhos de quem confiou e – por consequência –, já não recorda-se de quantas vezes tropeçou, caiu e levantou-se. Meu coração – por não mais enxergar – já não reconhece a face da maldade, já não vê a silhueta do pecado e, constantemente, é seduzido, enganado e abandonado. Já não enxerga a certeza, nem qualquer tipo de dúvida. Não mais enxerga os caminhos, nem tampouco os empecilhos. Já não consegue manter-se – rigorosamente –, na linha reta dos teus antigos trilhos.
Meu coração é surdo. Ouviu tantas falsas promessas que, não suportou e, mergulhou num silêncio profundo. Meu coração já não escuta mentiras, mas também não ouve verdades. Já não escuta o próprio choro e, mal lembra-se das próprias gargalhadas. Já não escuta reclamações, mas – há tempos – não escuta o som de cada uma das tuas emoções. Meu coração recorda-se do tom da primeira voz, da segunda, terceira e, de todas as outras que as sucederam. Meu coração nunca esqueceu um “eu te amo” e, jamais esquecerá, as dores que – então – apareceram.
Meu coração é mudo. Tantas vezes disse que amava e não foi correspondido, tantas vezes gritou e não foi escutado que, hoje resta-lhe o silêncio e, tudo o que isso tem acarretado. Não diz o que julga importante, mas, por outro lado, também não diz o que não tem serventia. Não canta as verdades da tua razão, nem as tristezas do teu dia-a-dia. Não julga-se apressado, mas, ainda que doa na alma, já não pode pedir calma. Não consegue – ao menos com palavras – expressar tudo o que traz consigo. Não pode pedir perdão, nem pode pedir abrigo. Tem vontade de falar, mas ao lembrar-se do passado, pensa – entristecido – que é melhor manter-se calado.
Meu coração sente. Sente a falta de um grande amor e a saudade de outros – e bons – tempos. Sente as marcas que nele ficaram, de outros – muitas vezes tristes – momentos. Sente angústias e muitas dores, vontades e arrependimentos. Sente na pele o desejo de fugir, tanto do peito que o segura, quanto do mundo que o aprisiona. Sente medo de não encontrar, o amor que um dia teve e, ainda o emociona. Sente frio durante a noite e, durante a madrugada, sente falta de uma companhia – que mantenha a solidão sedada. Sente falta do calor que pode morar num abraço e, de tanto procurar, sente um enorme cansaço. Sente, por fim, um sincero desejo de mudança, do estado que agora encontra-se, para algum que ressuscite a esperança.
Meu coração é cego, surdo e mudo. Em compensação, sente absolutamente tudo.

( Autor: Fillipo Rocha)